Tradutores: Branca Heloisa de Oliveira, Ana Luiza Cabrera Martimbianco
3 de abril de 2020
Autor principal: Kamlesh Khunti, University of Leicester
Editor de série: Trish Greenhalgh
Autores colaboradores:
Trish Greenhalgh e Xin Hui Chan, Universidade de Oxford
Quentin Durand-Moreau e Sebastian Straube, Universidade de Alberta, Canadá
Declan Devane e Elaine Toomey, Síntese de Evidência Ireland e Cochrane Irlanda
Anil Adisesh, Universidade de Toronto, e Hospital S. Michel, Toronto, Canadá
Em nome da equipe de revisão rápida Oxford COVID-19
Centro de Medicina Baseada em Evidência
Departmento Nuffield de Ciências da Saúde e Cuidados Primários
Universidade de Oxford
Correspondence to kk22@leicester.ac.uk
PARECER
Não há evidências diretas de estudos randomizados de que apenas o equipamento de proteção ocular evite a transmissão do COVID-19. Evidências indiretas sugerem que as conjuntivas dos profissionais de saúde podem ser expostas a gotículas e aerossóis infecciosos de pacientes durante contato próximo. É importante avaliar o risco de contágio de cada encontro e tomar as devidas precauções. Onde é necessário um contato próximo, devem ser seguidas as orientações para todo o equipamento de proteção individual.
A maioria das pesquisas de mundo real que avaliam a eficácia dos equipamentos de proteção ocular para riscos biológicos tem ocorrido no contexto de influenza ou outras condições respiratórias relativamente benignas e em hospitais. Não existem ensaios clínicos diretos publicados com equipamentos de proteção ocular relacionados ao coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19) ou ensaios em unidades de atenção primária ou comunitária. As orientações atuais são, portanto, baseadas em evidências indiretas – principalmente simulações usando dados de surtos de SARS e MERS -, além de opiniões de especialistas, costumes e práticas.
As orientações políticas de vários órgãos (por exemplo, Saúde Pública da Inglaterra, Organização Mundial da Saúde (OMS)) enfatizam a necessidade de avaliar o risco de contágio de um encontro e usar a combinação recomendada de equipamentos para essa situação. Em particular, equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, que normalmente incluem máscaras respiratórias, óculos ou viseira, capotes de mangas compridas e aventais à prova d’água foram recomendados para proteger contra pequenas partículas transportadas pelo ar em procedimentos de geração de aerossóis (PGAs), como intubação. Para não-PGAs, não há evidências de estudos randomizados de que o equipamento de proteção ocular forneça proteção adicional. No entanto, evidências emergentes em uma revisão em andamento do nosso grupo indicam que, com contato próximo, as membranas mucosas podem ser expostas a gotículas, mesmo na ausência de PGAs formalmente classificados.
Enquanto os olhos dos pacientes raramente são sintomáticos no COVID-19 e as secreções conjuntivais raramente são positivas para o vírus, as membranas mucosas do profissional de saúde (incluindo os olhos) podem ser expostas a gotículas respiratórias do paciente.
Por esse motivo, o equipamento de proteção ocular deve ser usado para atendimento primário e comunitário ao avaliar pacientes com possível infecção por SARS-CoV-2. A proteção ocular é mais eficaz quando usada em combinação com outras medidas de proteção individual nessa situação e para proteção contra qualquer respingo de sangue ou outro fluido corporal que possa ocorrer com os procedimentos.
CONTEXTO
Preocupações foram levantadas sobre a provisão limitada de EPIs globalmente, inclusive para a equipe de cuidados primários do Reino Unido, com algumas cirurgias de clínica geral, cirurgias dentárias e casas de repouso que relatam provisões muito limitadas. Nos pediram para descobrir em que circunstâncias a falta de equipamento de proteção ocular está colocando os clínicos gerais em risco de contágio em comparação com o uso de equipamentos de proteção ocular, como óculos de proteção.
Introdução
O COVID-19 é disseminado por quatro meios: contato (direto ou via fômites); infecção por gotículas (gotículas do trato respiratório de um indivíduo infectado são transmitidas durante a tosse ou espirro para uma superfície mucosa ou conjuntival de um indivíduo suscetível ou para superfícies ambientais para se tornarem fômites); via aerossóis (particularmente durante procedimentos como intubação); e oro-fecal. [1] [2] Deve-se observar que, em um recente estudo de laboratório, o SARS-CoV-2 sobreviveu mais do que outros vírus respiratórios quando aerossolizado artificialmente. [3]
O surto recente de infecção por SARS-CoV-2 tornou-se uma ameaça à saúde em todo o mundo. Atualmente, são urgentemente necessárias informações para os cuidados primários compreenderem a transmissão, características clínicas e métodos de controle de infecção do COVID-19. Várias preocupações foram levantadas em relação ao papel dos olhos na transmissão. A conjuntiva é diretamente exposta a patógenos extraoculares. A mucosa da superfície ocular e do trato respiratório superior é conectada pelo ducto nasolacrimal [4]. Lágrimas e secreções oculares de indivíduos infectados podem conter vírus e desempenhar um papel como fonte de disseminação [4]. No entanto, a infectividade, transmissão e importância clínica no contexto do COVID-19 permanecem incompletamente compreendidas [5] [6]. A prevalência de conjuntivite com COVID-19 foi relatada em 0,8-4,8%, embora existam incertezas quanto aos métodos utilizados para confirmar casos positivos. A congestão conjuntival foi relatada por 4,0-5,5% e secreção conjuntival em 9,0-10,5% dos pacientes na apresentação naqueles com COVID-19. [6] Outras evidências sugerem que o olho raramente é envolvido pela infecção por COVID-19 e a conjuntivite é incomum em pacientes com COVID-19 com culturas virais positivas muito baixas, provenientes de raspagens conjuntivais de pacientes que apresentaram resultado positivo para SARS-CoV-2. No entanto, os olhos dos profissionais de saúde são expostos a gotículas respiratórias e aerossóis de pacientes infectados.
A maioria das orientações sobre EPIs parece desviada para os ambientes de cuidados secundários (departamento de emergência ou paciente internado) e concentra-se principalmente em situações e ambientes considerados de ‘alto risco’, para os quais são recomendados EPIs completos, incluindo máscaras respiratórias. Embora muitas vezes se presuma que os locais de atendimento primário e comunitário são de “baixo risco”, na realidade, a variedade da carga de casos de atendimento primário inclui algumas atividades que envolvem contato próximo e expõem o profissional de saúde a gotículas e aerossóis.
Esta revisão considera principalmente o uso de equipamentos de proteção ocular para reduzir a propagação de gotículas e aerossóis por transmissão ocular.
Uma revisão sistemática de 40 estudos sobre o risco de infecção pelo vírus sincicial respiratório nosocomial (VSR) sugeriu que a proteção ocular era mais eficaz do que o uso de capotes e máscaras, no entanto, não foi possível avaliar a eficácia de componentes individuais nas medidas de controle [7]. No entanto, a maioria dos estudos fez algum uso de EPI (que incluía capotes, luvas, máscaras cirúrgicas ou respiratórias, óculos de proteção) e foram realizados em ambientes neonatais e pediátricos. Nessa revisão sistemática, dois estudos nos quais a proteção ocular da equipe foi usada (óculos ocular-nasal ou óculos mais máscaras) mostraram eficácia na prevenção da transmissão da infecção à equipe.
Exames oftalmológicos e oftalmoscopia devem ser evitados, se possível, durante um surto de COVID-19, mas em alguns casos esses procedimentos ainda podem ser necessários. Onde for necessário contato próximo, o equipamento de proteção ocular deve ser usado como parte de um EPI completo.
A OMS produziu especificações técnicas para esses itens, com base em exercícios de simulação usando dados de surtos anteriores de SARS e MERS. É importante ressaltar que os óculos não devem ser considerados intervenções isoladas. Outra proteção inclui higiene das mãos, máscaras cirúrgicas ou respiratórias, aventais ou capotes e luvas [1, 8, 9].
EVIDÊNCIA ATUAL
Recomendação atual
As orientações oficiais do Reino Unido, divulgadas em fevereiro de 2020, sugerem que a proteção ocular / facial deve ser usada quando houver risco de contaminação dos olhos por respingos de secreções, sangue, fluidos corporais ou excreções. As orientações recomendam proteção ocular / facial usando qualquer um dos seguintes procedimentos: máscara cirúrgica com viseira integrada; viseira / escudo facial completo; óculos de segurança em policarbonato ou equivalente [1]. A orientação também afirma que os óculos corretivos regulares não são considerados proteção ocular adequada.
A OMS declarou que a transmissão de humano para humano foi documentada, inclusive em profissionais de saúde, e o PGA pode desempenhar um papel na disseminação da doença [8]. A OMS distingue quatro situações com três níveis diferentes de risco:
Triagem (menor risco: requer higiene das mãos + máscara cirúrgica)
Suspeito ou caso confirmado de COVID-19 que exige admissão em unidade de saúde e sem PGA (risco intermediário: requer higiene das mãos, máscara cirúrgica, capote, óculos, luvas)
Caso suspeito ou confirmado de COVID-19 que exige admissão em um posto de saúde e PGA (alto risco: requer higiene das mãos, máscara respiratória, capote, óculos, luvas)
Coleta de amostras para diagnóstico laboratorial (alto risco: requer higiene das mãos, máscara respiratória, capote, óculos, luvas)
ESTRATÉGIA DE BUSCA
Nós realizamos uma busca rápida no Medline e na Biblioteca Cochrane sem restrição de data. Nós também fizemos buscas no Google Acadêmico. Nós usamos as seguintes palavras-chave: “Eye Protective Devices”[Mesh] OR goggle*[tw] OR “visor”[tw] OR “facial protection equipment”[tw] OR “safety glass”[tw] OR “safety glasses”[tw] OR “safety spectacles”[tw] combinadas com influenza [tw[ OR exp Influenza [Mesh] OR Coronavirus Infections [Mesh] OR Coronavirus [Mesh] OR coronavirus [tw] OR COVID [tw] OR SARS Virus [MESH] sars [TW] OR Severe Acute Respiratory Syndrome [MESH] OR mers [tw] OR Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus [Mesh] OR respiratory infection [tw] OR Respiratory Tract Infections [Mesh] combinadas com “respiratory tract infections”, “randomized controlled trial” e “systematic review”.
Nós identificamos 52 ensaios clínicos controlados randomizados e 12 revisões sistemáticas no Medline. No geral, de nossas pesquisas, identificamos 2 avaliações relevantes para nossa pergunta.
Avaliação crítica das duas revisões sistemáticas.
Verbeek et al. 2019 [10]
Avaliando pelo checklist do AMSTAR II, julgamos a revisão como de boa qualidade.
Esta revisão Cochrane de EPI para prevenção de doenças altamente infecciosas devido à exposição a fluidos corporais contaminados em profissionais de saúde incluiu 17 estudos com 1950 participantes avaliando 21 intervenções. A revisão constatou que não havia estudos elegíveis sobre os efeitos de óculos ou protetores faciais. Esta revisão está sendo atualizada no momento e atualizaremos os resultados assim que a revisão atualizada for publicada (data prevista para abril de 2020)
French et al. 2016[7]:
Avaliando pelo checklist do AMSTAR II, julgamos a revisão como de boa qualidade.
Quarenta estudos foram incluídos. O risco de transmissão do VSR variou de acordo com o ambiente hospitalar. A maioria dos estudos (n = 13) empregou intervenções multicomponentes (por exemplo, cuidados em enfermagem, EPI, isolamento), e estes foram amplamente relatados como eficazes na redução da transmissão hospitalar. Quatro estudos examinaram EPIs da equipe; a proteção ocular pareceu mais eficaz do que capotes e máscaras; no entanto, não foi possível avaliar a eficácia de componentes individuais das medidas de controle. No geral, o risco de viés para os estudos incluídos tendeu a ser alto. A revisão concluiu que o risco de transmissão do VSR variou bastante durante os surtos hospitalares. Embora as estratégias de controle de múltiplos componentes pareçam amplamente bem-sucedidas, são necessárias mais pesquisas para desagregar a eficácia de componentes individuais.
Declaração: o artigo não foi revisado por pares; não deve substituir o julgamento clínico individual e as fontes citadas devem ser verificadas. As opiniões expressas neste comentário representam as opiniões dos autores e não necessariamente as da instituição anfitriã, do NHS, do NIHR ou do Departamento de Saúde e Assistência Social. As opiniões não substituem aconselhamento médico profissional. Uma limitação é que, devido a restrições de tempo, apenas uma pessoa examinou os estudos.
Checklist AMSTAR II – Verbeek et al. 2019:
- As perguntas da pesquisa e os critérios de inclusão para a revisão incluíram os componentes do PICO? Sim
- O relato da revisão continha uma declaração explícita de que os métodos de revisão foram estabelecidos antes da realização da revisão e justificou algum desvio significativo do protocolo? Sim
- Os autores da revisão explicaram sua seleção dos desenhos do estudo para inclusão na revisão? Sim
- Os autores usaram uma estratégia abrangente de busca na literatura? Sim
- Os autores realizaram a seleção do estudo em duplicata? Sim
- Os autores realizaram a extração de dados em duplicata? Sim
- Os autores da revisão forneceram uma lista de estudos excluídos e justificaram as exclusões? Sim
- Os autores descreveram os estudos incluídos em detalhes adequados? Sim
- Os autores da revisão utilizaram uma técnica satisfatória para avaliar o risco de viés (RoB) em estudos individuais que foram incluídos na revisão? Sim
- Os autores da revisão relataram as fontes de financiamento para os estudos incluídos na revisão? Sim
- Se a metanálise foi justificada, os autores da revisão utilizaram métodos apropriados para a combinação estatística dos resultados? Sim
- Se a metanálise foi realizada, os autores da revisão avaliaram o impacto potencial do RoB em estudos individuais sobre os resultados da metanálise ou outra síntese de evidências? Sim
- Os autores da revisão levaram em conta o RoB em estudos individuais ao interpretar / discutir os resultados da revisão? Sim
- Os autores da revisão forneceram uma explicação satisfatória para e discussão de alguma heterogeneidade observada nos resultados da revisão? Sim
- Se eles realizaram síntese quantitativa, os autores da revisão realizaram uma investigação adequada do viés de publicação (viés de estudo pequeno) e discutiram seu provável impacto nos resultados da revisão? Não – viés de publicação não discutido
- Os autores da revisão relataram alguma fonte potencial de conflito de interesses, incluindo algum financiamento recebido pela realização da revisão? Sim
Checklist AMSTAR II– French et al. 2016:
- As perguntas da pesquisa e os critérios de inclusão para a revisão incluíram os componentes do PICO? Sim
- O relato da revisão continha uma declaração explícita de que os métodos de revisão foram estabelecidos antes da realização da revisão e justificou algum desvio significativo do protocolo? Sim
- Os autores da revisão explicaram sua seleção dos desenhos do estudo para inclusão na revisão? Não – não é claro o quais desenhos de estudos eram elegíveis ou a lógica por trás da inclusão do estudo
- Os autores usaram uma estratégia abrangente de busca na literatura? Sim
- Os autores realizaram a seleção do estudo em duplicata? Sim
- Os autores realizaram a extração de dados em duplicata? Sim
- Os autores da revisão forneceram uma lista de estudos excluídos e justificaram as exclusões? Não – razões apresentadas para exclusão de texto completo, mas lista de referências excluídas não fornecida
- Os autores descreveram os estudos incluídos em detalhes adequados? Sim
- Os autores da revisão utilizaram uma técnica satisfatória para avaliar o risco de viés (RoB) em estudos individuais que foram incluídos na revisão? Sim
- Os autores da revisão relataram as fontes de financiamento para os estudos incluídos na revisão? Não
- Se a metanálise foi justificada, os autores da revisão utilizaram métodos apropriados para a combinação estatística dos resultados? N / A – metanálise não justificada ou conduzida
- Se a metanálise foi realizada, os autores da revisão avaliaram o impacto potencial do RoB em estudos individuais sobre os resultados da metanálise ou outra síntese de evidências? N / A – metanálise não justificada ou conduzida
- Os autores da revisão levaram em conta o RoB em estudos individuais ao interpretar / discutir os resultados da revisão? Sim
- Os autores da revisão forneceram uma explicação satisfatória para e discussão de alguma heterogeneidade observada nos resultados da revisão? Sim
- Se eles realizaram síntese quantitativa, os autores da revisão realizaram uma investigação adequada do viés de publicação (viés de estudo pequeno) e discutiram seu provável impacto nos resultados da revisão? N / A – síntese narrativa realizada apenas
- Os autores da revisão relataram alguma fonte potencial de conflito de interesses, incluindo algum financiamento recebido pela realização da revisão? Sim
REFERÊNCIAS
- Official Guidance, COVID-19: Guidance for infection prevention and control in healthcare settings. Version 1.0. 2020. Accessed 21.3.20 at https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/874316/Infection_prevention_and_control_guidance_for_pandemic_coronavirus.pdf.: Department of Health and Social Care (DHSC), Public Health Wales (PHW), Public Health Agency (PHA) Northern Ireland, Health Protection Scotland (HPS) and Public Health England
- Ong, S.W.X., et al., Air, Surface Environmental, and Personal Protective Equipment Contamination by Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) From a Symptomatic Patient. JAMA, 2020.
- van Doremalen, N., et al., Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1. New England Journal of Medicine, 2020.
- Chuan-bin Sun, Y.-y.W., Geng-hao Liu, Zhe Liu, Role of the eye in transmitting human coronavirus: what we know and what we do not know. 2020.
- Organisation, W.H., Update 27 – One month into the global SARS outbreak: Status of the outbreak and lessons for the immediate future. 2003.
- Chen, L., et al., Ocular manifestations and clinical characteristics of 534 cases of COVID-19 in China: A cross-sectional study 2020.
- French, C.E., et al., Risk of nosocomial respiratory syncytial virus infection and effectiveness of control measures to prevent transmission events: a systematic review. Influenza Other Respir Viruses, 2016. 10(4): p. 268-90.
- World Health Organisation, Requirements and technical specifications of personal protective equipment (PPE) for the novel coronavirus (2019-ncov) in healthcare settings. 2020. Accessed 21.3.20 at https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&ved=2ahUKEwjS2di4-q3oAhVXh1wKHWeGDvEQFjACegQIARAB&url=https%3A%2F%2Fwww.paho.org%2Fen%2Ffile%2F59297%2Fdownload%3Ftoken%3Dbr2NtqhR&usg=AOvVaw1Sicp3C6m3fjFmMfIeox7R, Geneva.
- Public Health England, When to use a face mask or FF£ respirator. 2020. Accessed 21.3.20 at https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/874310/PHE_11606_When_to_use_face_mask_or_FFP3_02.pdf, London.
- Verbeek, J., et al., Personal protective equipment for preventing highly infectious diseases due to exposure to contaminated body fluids in healthcare staff. Cochrane Database Syst Rev., 2019.