Tradutores: Daniela Oliveira de Melo, Luis Eduardo Fontes
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CONTEXTO
A clínica geral tem sido solicitada a reorganizar os cuidados para reduzir a taxa de propagação, otimizar o uso de leitos de cuidados críticos e garantir cuidados de alta qualidade para aqueles que optam por não ser admitidos. O trabalho contínuo com colegas da atenção primária de todo o Sudoeste para desenvolver caminhos para a gestão do Covid-19 sugeriu uma série de incertezas em torno dessa reorganização, particularmente em relação a como a triagem é gerenciada e considerações sobre grupos específicos, tais como os mais frágeis.
Trabalhando com o Centro de Medicina Baseada em Evidências, uma equipe do NIHR South West Peninsula Applied Research Collaboration (PenARC) propôs-se a realizar um rápido escopo e priorização das “questões urgentes” que estavam surgindo, com a intenção de alimentá-las com o desenvolvimento de diretrizes/consensos e revisão rápida de evidências, se necessário. Foram utilizados o Twitter, listas de distribuição por e-mail e grupos de WhatsApp com clínicos gerais (CG) para coletar questões não estruturadas. Usando uma forma simplificada de avaliação e triagem do Covid-19 na atenção primária, usaram um link de pesquisa online para pedir aos entrevistados que identificassem suas incertezas ou perguntas em cada etapa, com alertas de acompanhamento em torno de áreas como planos de escalonamento de tratamento, tomada de decisão compartilhada e avaliação remota. Isto foi complementado por discussões mais longas com os CG locais e com comentários captados de uma discussão ao vivo que acompanhava a pesquisa. As incertezas identificadas neste processo foram então agrupadas em áreas sobrepostas e reestruturadas em um formato de perguntas. Em uma etapa final, foi lançada uma segunda breve pesquisa usando o Twitter para pedir aos entrevistados que priorizassem as sete principais áreas de perguntas identificadas.
QUESTÕES
Em ordem de prioridade, seguem abaixo as questões identificadas no exercício:
Quais são as melhores questões na triagem em termos de função, respiração e mudança de status? (Há questões que devem ser priorizadas com maior valor prognóstico? Qual combinação de status atual vs. mudança de status é mais útil?)
Quais os potenciais danos da gestão comunitária com uma SaO2 de 88-93%? O que podemos dizer aos pacientes sobre isso?
Ao realizar uma avaliação telefônica ou outra avaliação remota, que parâmetros (por exemplo, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e temperatura) desencadeariam a necessidade de uma avaliação presencial em um centro médico ou em outro lugar? A partir daí:
Quais parâmetros desencadeariam então a necessidade de uma discussão com o hospital em torno da internação?
Como as diferentes medidas funcionam em conjunto e como os parâmetros de avaliação/admissão diferem com as comorbidades?
Qual é o valor prognóstico dessas medidas tanto isoladamente quanto combinadas? Em particular, se a SaO2 está 93-96% (ou seja, logo acima do limiar), quais são os outros fatores que podem determinar a necessidade de admissão?
Após a avaliação presencial nos centros médicos / emergências, que dados prognósticos são úteis para que pacientes e médicos tomem decisões compartilhadas sobre admissão? Existem dados prognósticos específicos para determinados grupos (por exemplo, aqueles que são frágeis)? Quais são os dados disponíveis sobre os resultados para aqueles atendidos em casa, ou nas enfermarias em geral, ou na UTI?
Que informações devem ser fornecidas aos pacientes para auxiliar na tomada de decisões? (relacionada com a pergunta acima sobre dados prognósticos)
Os dados em tempo real sobre a situação local em termos de casos e resultados podem ajudar a informar as decisões sobre planejamento de cuidados e admissão? O feedback rápido a atenção primária sobre o que acontece com os pacientes encaminhados ao hospital muda a tomada de decisões?
Qual a melhor orientação para a ingestão de líquidos e nutrição durante o manejo comunitário do Covid-19? Como isso pode ser melhor implementado? (Esta é a mesma orientação que para a gripe, ou existe uma orientação específica para a Covid-19? Qual é a orientação para exercício e repouso?)
Qual a melhor maneira de conversar sobre o planejamento de cuidados avançados neste clima? Existe alguma ferramenta que possa otimizar essas conversas remotamente?
CONCLUSÕES
Este processo destacou questões e incertezas sobre triagem, avaliação remota, planejamento avançado de cuidados e como abordar a tomada de decisão compartilhada em torno da admissão no contexto atual do Covid-19.
As questões identificadas refletem as prioridades e necessidades de informação dos profissionais. Elas destinam-se a alimentar revisões, orientações e desenvolvimento de consensos, mas não necessariamente equivalem a uma lacuna na literatura.
Pode já haver evidências relevantes disponíveis, dada a recente proliferação de revisões e diretrizes relacionadas à Covid-19, que estão sendo registradas, em andamento e concluídas. Portanto, é aconselhável uma cuidadosa verificação antes de iniciar qualquer nova revisão destas questões, para evitar duplicações e desperdício em pesquisa.
Disclaimer: O artigo não foi revisado por pares; não deve substituir o julgamento clínico individual e as fontes citadas devem ser verificadas. As opiniões expressas neste artigo representam as opiniões dos autores e não necessariamente as da instituição anfitriã, do NHS, do NIHR, ou do Departamento de Saúde e Assistência Social. Os pontos de vista não são um substituto para o aconselhamento médico profissional.
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Link para o original: https://www.cebm.net/covid-19/what-questions-are-priority-areas-for-primary-care-during-the-covid-19-pandemic-a-rapid-question-generation-and-prioritisation-exercise/
Nome dos autores e afiliações:
Tamsin Newlove-Delgado é consultora honorária em Medicina de Saúde Pública e Conferencista Clínica Sênior da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter;
Emma Cockcroft é pesquisadora da equipe de Paciente e Envolvimento Público do Centro de Pesquisa Aplicada do NIHR da Península Sudoeste (PenARC), com sede na Universidade de Exeter;
Richard Byng é Clínico Geral, Professor de Pesquisa em Atenção Primária na Universidade de Plymouth e Diretor Adjunto da PenARC.;
Kristin Liabo é Pesquisadora Sênior da Equipe PenARC de Paciente e Envolvimento Público da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter;
Lorna Burns é Professora em Saúde Baseada em Evidências na Universidade de Plymouth.
Deve ser citado como: [Tamsin Newlove-Delgado, Emma Cockcroft, Richard Byng, Lorna Burns, Kristin Liabo. https://www.cebm.net/covid-19/what-questions-are-priority-areas-for-primary-care-during-the-covid-19-pandemic-a-rapid-question-generation-and-prioritisation-exercise/