Nome original do viés: Diagnostic suspicion bias

Tradutor: Carolina Oliveira Cruz Latorraca

Primeiro revisor: Rafael Leite Pacheco

Segundo revisor: Rachel Riera

O conhecimento prévio sobre uma determinada exposição ou pré-conceito podem influenciar tanto o processo quanto o desfecho de um teste diagnóstico.

 

Introdução

Informação sobre um grupo ou um indivíduo com suspeita de algo ou preconceito por parte da equipe médica podem influenciar como diagnósticos são realizados, afetando quais exames serão realizados e com qual rapidez uma pessoa é investigada, o que pode afetar as taxas de diagnóstico. Isso pode ser chamado de viés de suspeita do diagnóstico.

 

Exemplos

Como exemplo, se um grupo de trabalhadores da indústria descobre que um dos produtos químicos ao qual eles são expostos é carcinogênico, então esses trabalhadores podem procurar um médico antes, ou participarem mais de campanhas de rastreamento do que a população não-exposta. Além disso, os médicos podem suspeitar mais que esses indivíduos têm câncer do que os outros por causa do conhecimento da exposição à substância carcinogênica, e isso pode influenciar quais testes são realizados e com qual rapidez são solicitados.

 

Impacto

Estudos de acurácia diagnóstica que incluem pacientes que foram selecionados por terem mais probabilidade de terem a doença com base em suspeitas clínicas tipicamente superestimam a acurácia do teste. Estudos que realizaram a inclusão não-consecutiva de pacientes foram associados com superestimativa da razão de chances em 50% em comparação com estudos que realizaram a inclusão de pacientes consecutivos.

Um estudo sobre pacientes internados por doença mental nos Estados Unidos observou que afro-americanos tinham uma probabilidade três vezes maior (45% versus 19%) de serem diagnosticados com esquizofrenia do que brancos. Equipes médicas entrevistaram pacientes e observaram que afro-americanos falam menos sobre seus sintomas, com menos discernimento da sua condição. Essas observações estão associadas com altas taxas de diagnósticos sujeitos ao viés de suspeita do diagnóstico, que pode ser responsável por disparidades nas taxas de diagnóstico.

 

Passos para prevenção

Estudos prospectivos, com recrutamento consecutivo de pacientes e avaliações e medidas uniformes durante todo o estudo, podem ajudar a evitar problemas relacionados ao viés de suspeita do diagnóstico. Para estudos retrospectivos, deve-se tomar cuidado para evitar os efeitos do viés de suspeita do diagnóstico, confirmando como os procedimentos para realização do diagnóstico foram realizados, e se existe a necessidade de ajustes para disparidades.

Link para o original: https://catalogofbias.org/biases/diagnostic-suspicion-bias/

 

Deve ser citado como: Catalogue of Bias Collabaration, Banerjee A, Pluddemann A, O’Sullivan J. Diagnostic suspicion bias. In: Catalogue of Bias 2017. https://catalogofbias.org/biases/diagnostic-suspicion-bias/

 

Fontes

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Schwartz, R & Blankenship, D. “Racial disparities in psychotic disorder diagnosis: A review of empirical literature.” World J Psychiatry. 2014 Dec 22; 4(4): 133–140.

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PubMed feed

Esta fonte pode ser recuperada dinamicamente a partir do PubMed:

Molano Franco D, Arevalo-Rodriguez I, Roqué I Figuls M, Montero Oleas NG, Nuvials X, Zamora J. Plasma interleukin-6 concentration for the diagnosis of sepsis in critically ill adults.