Nome original do viés: Prevalence-incidence (Neyman) bias

Tradução: Carolina de Oliveira Cruz Latorraca, Rafael Leite Pacheco, Enderson Miranda, Rachel Riera

Exclusão de indivíduos com doenças graves ou moderadas resultando em um erro sistemático na associação ou efeito estimado de uma determinada exposição ou desfecho.

Introdução

O viés de prevalência-incidência, ou viés de Neyman, ocorre devido ao momento em que os casos são incluídos em um estudo. David Sackett escreveu em 1979: “Ao olhar tardiamente os que foram expostos (ou afetados) mais cedo, pode-se perder episódios fatais ou mais curtos, além de casos brandos ou silenciosos e casos nos quais as evidências de que houve a exposição desaparecem quando os primeiros sintomas da doença surgem.”

Excluir pacientes que morreram faz com que a doença pareça menos grave, enquanto excluir pacientes que se recuperaram faz com que a doença pareça mais grave. Quanto maior o tempo entre exposição e investigação, maior a probabilidade de indivíduos morrerem ou se recuperarem da doença, e portanto, maior a probabilidade de serem excluídos da análise. É mais provável que este viés tenha maior impacto nas doenças de longa duração do que naquelas de curta duração.

Estudos de caso-controle são mais suscetíveis a este viés, mas ele também pode ocorrer em estudos transversais, experimentais ou coortes.

Exemplos

Um estudo caso-controle investigando pneumonia que apenas inclui casos e controles internados em um hospital. Aqueles com pneumonia que morreram antes de serem internados não serão incluídos na amostra. Dessa forma, a amostra selecionada vai incluir casos moderadamente graves, mas não casos fatais.

Impacto

Nós não encontramos investigações formais sobre o impacto do viés de prevalência-incidência.

Passos para prevenção

Uma seleção cuidadosa da amostra dos estudos é crucial para desenvolver um melhor entendimento sobre a doença e suas causas. Utilizar casos incidentes ao invés de casos  prevalentes pode evitar o viés de prevalência-incidência.

Link para o original: https://catalogofbias.org/biases/observer-bias/

 

Deve ser citado como: Catalogue of Bias Collaboration, Spencer EA, Heneghan C. Prevalence-incidence (Neyman) bias. In: Catalogue Of Bias 2017.   https://www.catalogofbias.org/biases/observer-bias.

 

Fontes:

Hill G, et al. Neyman’s bias re-visited. J Clin Epidemiol. 2003 Apr;56(4):293-6

Sackett DL. Bias in analytic research. J Chron Dis 1979; 32: 51-63

Swanson D et al. Hypothesis Tests for Neyman’s Bias in Case-Control Studies bioRxiv 066902; doi: https://doi.org/10.1101/066902

PubMed feed

Estas fontes podem ser recuperadas dinamicamente a partir do PubMed:

Leon-Hernandez SR, Padilla EL, Algara AC, Rodriguez NC, Sanchez EF, Cruz JL, Mejia Barradas CM, Bandala C. Relation of alcohol/tobacco use with metastasis, hormonal (estrogen and progesterone) receptor status and c-erbB2 protein in mammary ductal carcinoma.